
Resumo da Pesquisa:
O presente estudo teve como objetivo a obtenção e caracterização da farinha de casca de maracujá do cerrado (Passiflora setacea), visando sua aplicação como substrato no desenvolvimento de um processo sustentável de extração assistida por ultrassom (EAU) para a obtenção de pectinas. A farinha obtida apresentou alto teor de carboidratos, favorecendo seu uso como fonte para extração. Em estudos preliminares de fator único, os maiores rendimentos foram observados com razão sólido-líquido de 1:30 (8%) e rendimento máximo de pectina de 11,8%. Na etapa de otimização, foram aplicados dois delineamentos compostos centrais, incluindo um rotacional (DCCR) e um face-centrada (DFC) utilizando amplitude do ultrassom e pH como variáveis independentes. Os rendimentos máximos alcançados foram de 31,7% para o DCCR e 20,6% para o DFC, ambos superiores aos obtidos nos testes preliminares. As pectinas extraídas foram classificadas como de baixo grau de esterificação (<50%). A análise estatística revelou que, embora ambos os modelos fossem eficazes na identificação dos efeitos significativos, o modelo DFC apresentou melhor qualidade preditiva (R² = 98%, R² ajustado = 97%). A validação experimental indicou que os rendimentos obtidos por EAU foram comparáveis aos do método convencional, reforçando o potencial tecnológico e ambiental da tecnologia de ultrassom de alta intensidade como estratégia de valorização de subprodutos do maracujá do cerrado.
Palavras-chave: Pectinas, ultrassom, otimização, bioma.